sábado, 28 de junho de 2014

PT oficializa Dora ao Senado em convenção nesta segunda-feira, 30


O Partido dos Trabalhadores no Amapá (PT-AP), realiza nesta segunda-feira, 30, a partir das 18h, na quadra do Ginásio Poliesportivo da Orla do Santa Inês, a Convenção que irá oficializar o nome da vice-governadora Dora Nascimento como candidata ao Senado Federal e os nomes dos candidatos à chapa proporcional, que disputarão as vagas para Assembleia Legislativa e a Câmara Federal.

A convenção do PT também irá formalizar a reedição da Frente Popular, aliança vitoriosa de 2010 com o PSB, agora em 2014 pela reeleição do governador Camilo Capiberibe.

A convenção deverá reunir, prefeitos, parlamentares, dirigentes sindicais, partidários e de movimentos sociais, partidos aliados, dentre militantes e lideranças políticas de todas as regiões do Amapá.

A arrogância intelectual de Sarney e os capítulos tristes da história do Amapá marcados por corrupção

"Com minha vocação intelectual, quis me ligar ao Amapá. O mundo conhece o Amapá por causa do meu livro Saraminda. Eu escrevi a história do Amapá. Daqui a 50 anos, quando quiserem saber da história do estado, vão ter de ler meus livros. Mas os que me insultaram ninguém vai saber quem foram." (Senador José Sarney, ontem durante convenção do PDT)
Sarney discursa ao lado de Waldez Góes, condenado pela justiça e preso em 2010 na Operação "Mãos Limpas"
Mesmo derrotado politicamente, tendo que sair do Amapá pela porta dos fundos, o senador José Sarney não perde a sua arrogância e petulância intelectual. Sarney tentou provar algo pra si mesmo, pois o mundo e o Brasil não conheceram o Amapá por conta dele ou de suas obras.
Ao contrário o mundo e o Brasil conheceram o Amapá por conta do péssimo legado do grupo político que ele ainda é considerado o comandante em chefe, e que durante oito anos comandou com o denominado consórcio de poder batizado de "harmonia".
Foram justamente seus afilhados políticos como Waldez Góes ( preso em 2010 pela em 2010 pela PF) e oficializado ontem como candidato ao governo PDT ao lado do oligarca, que o Amapá foi exibido no Brasil e no mundo de forma vergonhosa e negativa como um estado onde a corrupção imperava.

São justamente os seus aliados, em sua maioria acusados de comandar volumosos esquemas de corrupção, como casal Marília e Waldez Góes, presos durante a Operação Mãos Limpas, acusados de cometerem o maior desvio de recursos públicos da histórica recente do Amapá, que escreveram tristes linhas da histórica recente do estado.
Esse capítulo tenebroso da história amapaense que vai ser estudado pelas gerações em livros e nas escolas, Sarney não lembrou ontem durante seu discurso. Ele é indiretamente o responsável pelo grupo político, apontado pela PF como uma "quadrilha" que é acusada de deixar um rombo de mais de 1 bilhão de reais.

Portanto, Sarney, ajudou a escrever um dos piores capítulos da história do Amapá, que até hoje envergonha os amapaenses e serve de motivo de piada nacional.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Painel da Folha afirma que candidatura de Dora Nascimento influenciou na desistência de Sarney

Antes de desistir de eleição, Sarney avaliou chances por um mês

POR PAINEL DA F. DE SÃO PAULO

Porta dos fundos Antes de desistir da candidatura à reeleição, o senador José Sarney (PMDB-AP) dedicou um mês inteiro a avaliar as chances eleitorais de seu clã. As pesquisas indicaram que ele corria o risco de sofrer quatro derrotas simultâneas, nas eleições para governo e Senado no Maranhão e no Amapá. Acostumado a fazer campanha próximo à máquina pública, Sarney tentaria renovar o próprio mandato em uma situação incomum: é adversário do governador e do prefeito da capital, Macapá.

Vai indo… Apesar de todas as mesuras que Lula e Dilma devem fazer a Sarney, os petistas vinham abandonando o senador em seus dois redutos eleitorais. No Maranhão, recusaram-se indicar o vice do candidato do PMDB ao governo, Lobão Filho.

… que eu não vou No Amapá, o PT decidiu lançar a vice-governadora Dora Nascimento para enfrentar Sarney na corrida ao Senado.

Todos contra um O esforço para derrotar Sarney uniu esquerda e direita no Amapá. Randolfe Rodrigues, do PSOL, estimulou a candidatura ao Senado de Davi Acolumbre, do DEM. “Era uma frente ampla contra o coronelismo”, diz o senador.

Agora é sério O vice-presidente Michel Temer (PMDB) telefonou para perguntar a Sarney se a decisão era para valer. Ouviu que a desistência de concorrer a mais um mandato é “definitiva”.

Madeleine Nostálgico, o ex-presidente vinha demonstrando a aliados um certo desalento com a política. Dizia que a atividade “decaiu muito” e que sentia falta de grandes figuras do passado.

Aposentadoria de Sarney é vitória histórica do PT Amapá que resistiu às pressões do oligarca

PT do Amapá bateu de frente com a cúpula nacional do partido e ajudou Sarney a anunciar antes do tempo sua aposentadoria política
Por Heverson Castro, editorial do blog

Uma vitória da aliança PT/PSB e de toda a Frente Popular, iniciada em 2010, ainda no primeiro turno da campanha eleitoral e ampliada no segundo turno com a adesão de outros partidos e forças políticas como o PCdoB. Assim pode definir o anúncio da aposentadoria política do senador José Sarney (PMDB_.

A aliança do PT com o PSB em 2010 elegeu o governador Camilo Capiberibe e a vice-governadora Dora Nascimento, consolidando uma derrota histórica ao grupo que durante oito anos governou o Amapá, saqueando os cofres, sufocando e cooptando parte da "esquerda", sob o comando do maestro Sarney que conduzia e comandava, mesmo distante do solo amapaense, o consórcio de poder denominado "harmonia".

A vitória contra Sarney também é reflexo da posição adotada pelo grupo da vice-governadora e do presidente estadual do PT, Joel Banha, apoiado por delegados e militantes do PT Amapá que ousaram enfrentar Sarney e ao mesmo tempo não cederam às pressões do coronel maranhense sob Lula e Dilma para que o petismo local se aliasse ao PMDB.

Ao contrário do que muitos analistas de plantão propalavam, o petismo local aprovou a reedição da aliança de 2010 em Encontro, garantindo apoio a reeleição do governador Camilo Capiberibe e ousou ao homologar a pré-candidatura de Dora Nascimento ao Senado, que já tinha sido debatida e aprovada em outras instâncias partidárias. Não contente, o PT ainda aprovou no seu Encontro Estadual realizado no último dia 14, uma moção de repúdio à Sarney sob o título: "Sarney não nos representa".

O PMDB ainda insistiu que o PT apoiasse uma possível reeleição do oligarca maranhense, que há 24 anos usurpa politicamente um mandato do Amapá, elegendo-se sempre com campanhas bancadas por uma elite corrupta e empresários com forte influência política. A ausência de Sarney das terras tucujus, só comprova que o Amapá tem apenas dois senadores na atualidade e o Maranhão é o único estado da federação que conta com quatro senadores da República.

A prova máxima de que o PT foi  ofiel da balança na decisão de Sarney é que se o partido tivesse cedido às pressões de Sarney pra tê-lo em seu palanque por uma nova eleição, o mesmo teria mantido sua candidatura.
 
Já que Dora, Joel e o PT local bateram o pé, e assim como Davi Alcolumbre (DEM), decidiram manter a posição de contrariar Sarney, o ex-presidente da República decidiu recuar pra não encerrar sua carreira com uma derrota histórica, o que já era previsível conforme as pesquisas de consumo interno encomendada por vários partidos.

Muitos petistas gritavam durante a inauguração do Conjunto Macapaba na presença da presidenta Dilma, palavras de ordem que vão ficar marcadas na história como os gritos que fizeram Sarney consolidar sua aposentadoria. 

O povo junto com militantes do PT e do PSB bradavam: Fora Sarney! Fora Sarney! Além disso, os petistas gritavam: Olê, olê, olá Dilma, Dilma, Olé, olé, olá Dora, Dora! Ao mesmo tempo em que aplaudiam e apoiavam o governador Camilo Capiberibe.

Mas a plateia e o povo foi à loucura quando Dilma jogou confetes na vice-governadora Dora Nascimento, chamando-a de "guerreira" e levantando a bola da única vice-governadora mulher e negra do PT em todo o país.

Dilma fez pouca referência à Sarney. Já Dora Nascimento que já havia sido elogiada pela presidente em outras ocasiões, permaneceu discreta como é de seu perfil, observando toda a movimentação dos bastidores da inauguração do Macapaba.

O que ficou visto no evento é que os petistas do Amapá querem Dilma e Camilo novamente em outubro, mas não aceitariam a possibilidade levantada por setores nacionais do PT de que era preciso apoiar uma nova eleição de Sarney. 

A rebeldia do PT local e de antigos aliados de Sarney como Davi Alcolumbre, que tem uma relação familiar histórica e de interesses com o senador, já que a maioria das concessões de rádios e TV´s da família no foram "presentes" do "eterno amigo" dos Alcolumbre, fizeram o ex-aliado da ditadura militar jogar a toalha.
 
Essa sem dúvida é melhor notícia dada ao povo amapaense nos últimos 24 anos, desde que o Amapá fez a sua primeira eleição direta pra governador em 1990.

Mas a aposentadoria de Sarney também é uma vitória da esquerda, do PT e de toda a Frente Popular, principalmente do PSB, adversário histórico do pemedebista, sob o reinado do oligarca que durou mais de duas décadas e comprovou que não somos mais um Capitania Hereditária, um puxadinho ou uma Província do Maranhão.

Presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp confirma: Sarney vai mesmo se aposentar

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Decisão do senador José Sarney (PMDB) de não se candidatar à reeleição ao Senado foi comunicada por ele nesta terça (24) ao presidente nacional de seu partido, o também senador Valdir Raupp; segundo Raupp, Sarney explicou que ele e a mulher, Marly, têm passado por vários problemas de saúde que requerem mais atenção; "Ele me disse que já cumpriu a missão dele na política, pelo menos por enquanto. Falou da questão da saúde da família, da dona Marly, dele inclusive, que tem tido muitas dificuldades de saúde nos últimos tempos", disse

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil

A decisão do senador José Sarney (PMDB-AP) de não se candidatar à reeleição ao Senado foi comunicada por ele hoje (24) ao presidente nacional de seu partido, o também senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Segundo Raupp, Sarney explicou que ele e a mulher, Marly, têm passado por vários problemas de saúde que requerem mais atenção.

"Eu conversei com ele hoje pela manhã e ele me disse que já cumpriu a missão dele na política, pelo menos por enquanto. Falou da questão da saúde da família, da dona Marly, dele inclusive, que tem tido muitas dificuldades de saúde nos últimos tempos. Então ele está abrindo mão de disputar a candidatura ao Senado pelo estado do Amapá e o Gilvam Borges deve sair no lugar dele", disse o presidente do PMDB.

Camilo reforça a Educação com mais 400 servidores e inclui pedagogos no Professor Conectado

Agência Amapá - A nova medida foi anunciada nesta terça-feira, 24, no Teatro das Bacabeiras, na cerimônia que empossou novos professores, pedagogos, especialistas em educação e auxiliares educacionais em administração. Eles foram aprovados no concurso público da Secretaria de Estado da Educação (Seed), realizado em 2012. Os novos professores suprirão as carências nas disciplinas de Educação Física, Sociologia, Língua Inglesa e Francesa.

Foi a 4ª chamada do certame, que, inicialmente, previa o preenchimento de 1.492 vagas. Contudo, com mais esta convocação, o total de efetivados deve chegar a 1.846. "As carências que não forem supridas com mais esta chamada, estão previstas para serem atendidas na 5ª chamada, que eu já autorizei e a equipe de governo já está preparando. E, no segundo semestre, deveremos lançar o edital do novo concurso para a Educação, assim como para a Defensoria e Politec", avisou Camilo Capiberibe.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Sarney deixa marca da ambivalência na política

Senador que anunciou aposentadoria da disputa de eleições já teve o País inteiro ao seu lado como 'fiscal do Sarney', nos tempos do Plano Cruzado, em 1985, e foi perseguido nacionalmente pela hashtag #forasarney, em 2009; chefe de clã político conservador no Maranhão, ele foi o fiador civil na transição da ditadura militar para a democracia; mesmo com a imagem chamuscada no plano nacional, ainda é um dos políticos mais articulados, à direita e à esquerda, nos bastidores de Brasília; aos 84 anos de idade e quase 60 de atividade política, José Sarney começa a encerrar a carreira política mais longa já vivida no Brasil nas mesmas bases de sua trajetória: ame-o ou deixe-o

24 de Junho de 2014 às 11:59

247 – Nenhum brasileiro, ou brasileira, teve uma carreira política tão longa quanto a que o senador José Sarney começa a encerrar agora. E não houve outro ou outra que tenha experimentado, tanto quanto ele, o gosto da glória e da indignação populares. Em 1985, o apoio da população ao congelamento de preços imposto pelo Plano Cruzado tornou praticamente a todos em 'fiscal do Sarney'. Era o apogeu do então presidente que assumira o cargo com a morte do eleito, pelo Colégio Eleitoral, Tancredo Neves. Mas em 2009, no exercício da presidência do Senado, a hashtag 'fora, Sarney' chegou ao topo da difusão global pelo twitter, em razão de denúncias sobre nepotismo e corrupção em sua gestão no cargo.

Dilma afirma que governo vai lançar edital para ampliar aeroporto de Macapá

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
 
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (23) o lançamento de edital para a ampliação do aeroporto de Macapá. Em evento na capital amapaense, ela disse que determinou ao ministro-chefe da Aviação Civil, Moreira Franco, que o edital seja publicado nesta terça-feira (24) no Diário Oficial da União.

Segundo a presidenta, com as obras, a capacidade do aeroporto, que atualmente está entre 900 mil e 950 mil passageiros, aumentará para 4,5 milhões.

Dilma participou hoje de cerimônia de entrega de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida. Esta é a primeira etapa a ser entregue do Conjunto Residencial Macapaba. No total, as chaves de 2.148 casas foram entregues. Dilma disse esperar que até agosto fique pronta a segunda etapa do conjunto, totalizando cerca de 4,3 mil residências. O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, informou que as ruas do conjunto serão batizadas com nomes de brasileiros que lutaram contra a ditadura militar.

Dilma também anunciou que a terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida, que vai contar com meta inicial de 3 milhões de moradias, será lançada no dia 1º ou no dia 2 de julho, na próxima semana. De acordo com a presidenta, o programa habitacional dá autonomia às mulheres à medida que determina que as casas sejam registradas prioritariamente em seus nomes. "O Minha Casa, Minha Vida reconhece o fato de que as mulheres são muito importantes quando se trata de famílias. Não estou dizendo que os homens não são importantes; eles são, principalmente quando estão junto de suas famílias. Mas as mulheres muitas vezes estão sozinhas criando seus filhos."

Ao discursar, Dilma destacou a interligação elétrica do estado por meio da Linha Tucuruí-Macapá-Manaus, que foi construída depois de estudos para reduzir impactos a florestas e rios. "A linha traz outro benefício, que é a fibra ótica, [por meio da qual traz a] banda larga e a inclusão digital", disse a presidenta, para quem o acesso à internet será uma condição importante para o desenvolvimento para todo o país.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Jogando a toalha: Sarney não disputará mais eleições: "É hora de parar"

Após 60 anos de carreira política, em que tornou-se presidente da República, duas vezes governador do Maranhão e três vezes presidente do Senado, José Sarney anunciou nesta segunda-feira 23 que não disputará mais eleições; "Essa decisão já estava tomada, comuniquei isso ao meu partido na semana passada. Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública, que afastou-me muito do convívio familiar", registrou texto divulgado por sua assessoria; vaiado em evento do Minha Casa, Minha Vida em Macapá, nota à imprensa afirmou que ato "era esperado pela própria mobilização feita com esse propósito"; "Lá mesmo muita pessoas aplaudiram, espontaneamente, a minha presença e a ajuda que tenho dado ao Brasil e ao Estado", lembrou ex-presidente

23 de Junho de 2014 às 19:49

247 com Domiciano Gomes do Amapá 247 - O senador José Sarney (PMDB-AP), de 84 anos, informou na noite desta segunda-feira (23) que irá se aposentar. Em nota divulgada por sua assessoria em que manifestou-se a respeito do episódio ocorrido hoje em Macapá, durante evento do Minha Casa Minha Vida, em que foi hostilizado, o parlamentar, que já foi presidente do país, anunciou a sua saída da vida político-partidária.

José Sarney assumiu seu primeiro cargo eletivo em 1955, como deputado federal. Ele teria mais dois mandatos na Câmara. Depois foi governador do Maranhão e senador pelo Estado por três vezes consecutivas antes de chegar à Presidência da República, no lugar de Tancredo Neves, em 1985. Após o fim do mandato, ele voltou ao Senado: elegeu-se pelo Amapá nas eleições de 1990, 1998 e 2006. O parlamentar presidiu o Senado por quatro vezes. A última delas, entre 2011 e 2013.

“Essa decisão já estava tomada, comuniquei isso ao meu partido na semana passada. Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida e afastou-me muito do convívio familiar”, declarou. Sarney tem acompanhado de perto as idas e vindas da esposa, Dona Marly, aos hospitais em repedidas cirurgias e lentos processos de recuperação, em casa, como ocorre atualmente. Ele confirma presença na Convenção do PMDB na próxima sexta-feira, dia 27. E diz também que irá participar das eleições deste ano, não como candidato, mas ajudando de todas as formas, ao inúmeros amigos e aliados que estarão na disputa. 

Leia a nota:
“Nota à Imprensa

 O senador José Sarney (PMDB-AP) manifestou-se, agora há pouco, a respeito do episódio ocorrido nesta segunda-feira (23) em Macapá, por ocasião do evento do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, em que foi hostilizado por militantes partidários de declarada oposição a ele.

Era esperado que isso pudesse ocorrer, diz, primeiro pelo acirramento do pleito eleitoral que se avizinha, segundo, pela própria mobilização feita com esse propósito, fato este do conhecimento de todos. Sarney diz ter sido convidado pessoalmente pela amiga e aliada Dilma Rousseff, presidente do Brasil e entusiasta do programa de habitação popular iniciado ainda na gestão de Luís Inácio Lula da Silva, outro companheiro de sua estima. Sarney foi, mais uma vez, diplomático, seguiu o protocolo que o evento exigia, para prestigiar a amiga Dilma e os amapaenses beneficiados pelo programa.

Diz também ter recebido no evento – como ocorre por onde quer que vá no país e fora dele – o carinho e a consideração de brasileiros que reconhecem a importância de seu papel na condução do país à redemocratização. “Lá mesmo, na festa da presidente Dilma, muitas pessoas aplaudiram, espontaneamente, a minha presença e a ajuda que tenho dado ao Brasil e ao Estado”, acrescenta o ex-presidente.

O senador, de 84 anos, também confirmou aquilo que seus amigos mais próximos e os aliados em Macapá foram comunicados na semana passada, de que não vai disputar a reeleição para o Senado em outubro próximo. “Essa decisão já estava tomada, comuniquei isso ao meu partido na semana passada. Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida e afastou-me muito do convívio familiar”, declarou.

Sarney tem acompanhado de perto as idas e vindas da esposa, Dona Marly, aos hospitais em repedidas cirurgias e lentos processos de recuperação, em casa, como ocorre atualmente.

Ele confirma presença na Convenção do PMDB na próxima sexta-feira, dia 27. E diz também que irá participar das eleições deste ano, não como candidato, mas ajudando de todas as formas, ao inúmeros amigos e aliados que estarão na disputa. Também será a ocasião para se dirigir aos correligionários e simpatizantes, bem como aos cidadãos e cidadãs de bem do Amapá, a quem nutre “profunda gratidão”.
Macapá-AP, 23 de junho de 2014.
Cleber Barbosa
Jornalista/Colaborador do Gabinete do Senador José Sarney

Do Valor Econômico: Sarney é vaiado no Amapá em entrega do Minha Casa, Minha Vida

Por Raphael Di Cunto | Valor
Antonio Cruz/ABr
Sarney após ser vaiado desiste de candidatura ao Senado
MACAPÁ  -  Em um ato repleto de apoiadores do governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), para entrega de unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, os beneficiários do programa vaiaram o senador José Sarney (PMDB-AP), que vai ser candidato à reeleição neste ano.

A plateia gritou “fora Sarney” por quatro vezes, quando o senador apareceu no telão ao lado da presidente Dilma Rousseff na entrega de uma das casas e, depois, quando foi anunciado para subir ao palco. O coro só não foi maior do que aquele em favor do governador, aos gritos de “Capi” quando Camilo e seu pai, o senador João Capiberibe, tinham os nomes citados ou apareciam no telão.

Uma ala do PT sentada à frente, na parte destinada às autoridades, tentou puxar por seis vezes o coro “olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma”, mas não foi acompanhada pelo resto da plateia.

O PT entra como vice na chapa de Capiberibe, mas, com a decisão de Sarney de concorrer à reeleição, é pressionado pela direção nacional a mudar de lado para apoiar a chapa do pemedebista, que vai ter o ex-governador Waldez Góes (PDT), preso durante a campanha de 2010, candidato novamente ao governo.

Leia mais em:

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Camilo inaugura a 26ª escola em 4 anos e fez mais escolas do que Waldez Góes em 8 anos

Waldez Góes é alvo de nova denúncia do Ministério Público Federal por dar calote no INSS


O ex-governador do Amapá Antônio Waldez Góes da Silva foi processado pelo Ministério Público Federal (MPF/AP) por não repassar mais de R$120 mil ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O valor refere-se à contribuição previdenciária retida pelo Governo do Estado sobre os serviços de vigilância prestados pela empresa Amapá Vip.

Entre 2006 e 2007, a Amapá Vip prestou serviço na Ouvidoria-Geral, Secretaria de Estado e Infraestrutura, Departamento de Trânsito do Estado do Amapá e Secretaria de Estado da Educação. Pelo trabalho realizado nos quatro órgãos, a empresa emitiu 35 notas fiscais totalizando mais de um milhão de reais. Cerca de R$120 mil, 11% do total, foi retido pelo Governo a título de contribuição previdenciária.

No entanto, os valores retidos não foram repassados ao INSS no prazo e forma legais. Segundo a ação, à época, o Governo do Estado se apropriou do dinheiro. Calcula-se que o ato de improbidade administrativa causou dano aos cofres públicos federais que ultrapassa R$180 mil, em valores atualizados.

Em caso de condenação, a Justiça pode ordenar o ressarcimento integral do dano, pagamento de multa, proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais. O ex-governador também pode ter os direitos políticos suspensos por até 10 anos. 

Denúncia - Desde 2011, tramita na Justiça Federal ação penal contra Waldez Góes sobre os mesmos fatos. Pelo crime de apropriação indébita previdenciária, ele pode ser condenado a até cinco anos de prisão. Saiba mais aqui.
 
Esquema semelhante - Na segunda-feira, 2 de junho, a Justiça Estadual condenou o ex-governador Waldez Góes e seu sucessor, Pedro Paulo Dias de Carvalho, por esquema semelhante. Entre 2009 e 2010, o Governo do Estado não repassou os valores retidos dos servidores públicos estaduais decorrentes de empréstimo consignado. 

Números para acompanhamento processual:
Ação de improbidade administrativa - 0008529-64.2014.4.01.3100
Ação penal - 0000518-51.2011.4.01.3100
 
Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Amapá

Nenhum homicídio registrado: Operação Marco Zero reduz a criminalidade no final de semana

Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp) durante o último final de semana não foi registrado nenhum óbito por acidente de trânsito ou homicídio em Macapá; O balanço positivo é resultado de dois dias da operação Marco Zero realizada pela Sejusp em parceria com os demais órgãos da Segurança Pública

domingo, 15 de junho de 2014

Encontro do PT aprova moção de repúdio à Sarney e o nome de Dora Nascimento como candidata ao Senado

Militância do PT aprovou moção contra Sarney diante de gritos de ordem como "Fora Sarney"
O Encontro Estadual de definição de candidaturas do PT do Amapá, aprovou ontem por unânimidade e com apoio de diversas correntes políticas, uma moção de repúdio contra o senador José Sarney.
 
O PT vem endurecendo o discurso contra o oligarca maranhense e durante as falas de suas principais lideranças, elevou o tom das críticas ao peemedebist, defendendo com enfâse a importância da candidatura ao Senado da vice-governadora Dora Nascimento.
Dora levantou o tom das críticas contra Sarney
As principais falas e críticas contra Sarney partiram do presidente estadual do PT Joel Banha, de dirigentes das correntes "O Trabalho", Articulação de Esquerda, Militância Socialista e do PTLM da vice-governadora Dora Nascimento, que endureceu  o discurso anti-sarney após a aprovação do seu nome pelos delegados como a candidata do PT ao Senado.
 
Dora lembrou que há 24 anos o povo do Amapá vem sofrendo com a falta de compromisso de Sarney que não defende os interesses do estado que o elegeu, mas apenas os interesses do Maranhão e que o PT do Amapá não vai tolerar mais essa política, mesmo que pra isso tenham que contrariair interesses nacionais e mão invisível de Sarney.
Confira abaixo a resolução aprovada pelos 115 delegados no Encontro que aconteceu ontem no Salão de Eventos Jorge Basílio, localizado no bairro Jesus de Nazaré em Macapá:

SARNEY NAO NOS REPRESENTA
O estado do Amapá vive há 24 anos sobre a sombra de uma politica nefasta. Uma política pautada na oligarquia e no caciquismo. Temos como militantes de uma sociedade mais igualitária, a obrigação de lutar contra este tipo de politica.
É por isso que nós, militantes do Partido dos Trabalhadores, repudiamos a forma como o senador José Sarney (PMDB) impõe sua política ao povo e ao nosso estado em especial.
A figura de Sarney busca sempre manipular a política local para beneficiar sua oligarquia familiar e empresarial. Isto quase sempre, excluindo de seus objetivos os interesses mais básicos de um povo sofrido.
Não podemos mais aceitar que o senador José Sarney seja representante de nosso estado, que não o defende, apenas visita. O povo do Amapá não pode mais conceber a ideia ter que eleger um senador que não representa os interesses do povo daqui e que sequer mora efetivamente no estado. O povo do Amapá não pode mais conceber a ideia de um cacique dominar e subjugar o povo livre desse estado.
O Partido dos Trabalhadores não pode mais conceber José Sarney como Senador da República. Sarney não representa o povo. Sarney não nos representa!
Encontro Estadual do PT, Macapá 14 de junho de 2014.

sábado, 14 de junho de 2014

Encontro do PT apoia a reeleição de Camilo Capiberibe e continuidade da Frente Popular


Redação do MZ Portal 
 
Encontro Estadual do Partido dos Trabalhadores do Amapá (PT/AP), realizado neste sábado, 14, definiu o nome de Dora Nascimento como pré-candidata ao Senado da República e a manutenção da aliança com o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Dos 180 delegados do Partido, 115 compareceram ao Encontro.
Na resolução partidária para estas eleições, aprovada por unanimidade, embora os petistas tenham apontado Dora Nascimento como candidata ao Senado Federal, não descartaram a possibilidade dela concorrer como vice-governadora na chapa do PSB.
Isso porque, mesmo com sinal verde dado pela direção nacional do PT para a coligação com os socialistas, ainda existiriam dúvidas a respeito do Senado. No pior cenário, o PT Amapá não teria candidatura a Câmara Alta, em função de acordos nacionais com o PMDB de José Sarney. Nessa hipótese, a candidata do PT seguiria como vice de Camilo na aliança com o PSB.
Mas os petistas estão confiantes que Dora Nascimento será mesmo candidata ao Senado. Eles argumentam que as sinalizações da instância máxima partidária têm sido nesta direção, que teriam, constantemente, incentivado a petista amapaense a manter a candidatura.
Decidida, Dora falou e novamente se posicionou pelo fim do longo domínio de Sarney na política amapaense.
"Uma reflexão de 24 anos que precisa ser revista, temos uma aliança com o PSB, e temos o mesmo objetivo, que é o de resgatar o mandato deste povo", disparou Dora Nascimento.
Os delegados do encontro aprovaram a resolução e um dos itens principais é a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff, a manutenção da aliança com o PSB e a aprovação da pré-candidatura ao Senado de Dora Nascimento.
A convenção do Partido dos Trabalhadores no Amapá ficou marcada para o dia 26 de junho, da qual, deverá participar, como candidato oficial da coligação, o governador Camilo Capiberibe. Antes, estava marcada para o dia 21, mas, em função da Convenção Nacional do PT, a data foi remarcada.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

TVHC entrevista Joel Banha: PT mantém aliança com o PSB pela Frente Popular e não abre mão de candidatura ao Senado


O presidente estadual do PT no Amapá, ex-deputado estadual Joel Banha, concedeu entrevista ao blog e afirmou que o PT não abrirá mão de lutar pela candidatura ao Senado, mesmo que o PMDB de Sarney tencione um recuo, o partido vai lutar pela vaga porque a candidatura de Dora fortalece o PT da Amazônia.

Joel Banha também falou que independente de o PSOL somar na aliança com a Frente Popular, o PT continuará na aliança já que o objetivo é o melhor para o Amapá. Banha fala ainda do caso envolvendo a professora Marcivânia Flexa, que nos bastidores articula apoio a Lucas Barreto (PSD) e fala das medidas que podem ser tomadas pelo partido caso ela resolva não ficar neutra na disputa majoritária.

O presidente do PT fala ainda sobre a conversa do GTE do PT com Waldez Góes e afirma que a conversa não influencia na decisão do PT de apoiar o PSB no Amapá e que isso é um sentimento forte no partido.

Joel Banha ressaltou o relacionamento com lideranças como Dalva Figueiredo e Nogueira e sobre os próximos passos do partido que realiza seu Encontro Estadual que definirá o futuro da legenda no próximo sábado. O Diretório Estadual aprovou a manutenção do encontro pra esta data mesmo com o boicote da corrente Movimento PT do professor Marcos Roberto e do vereador Zé Roberto, até então considerada uma aliada na construção da aliança com o PSB.

A corrente PTLM de Joel Banha e Dora Nascimento obtiveram maioria pra aprovar os encaminhamentos no Diretório sem o apoio de outros grupos maiores, contaram apenas com correntes minoritárias como Articulação de Esquerda e Militância Socialista.

A prisão de secretário Jardel: Desembargador pode ter agido por vingança política devido investigação do CNJ

O desembargador Constantino Brahuna, investigado recentemente durante Correição do Conselho Nacional de Justiça em razão de supostas irregularidades no exercício da atividade jurisdicional, determinou nesta terça-feira (10) a prisão do secretário de saúde do Estado, Jardel Nunes

10 de Junho de 2014 às 19:34

Governador Camilo assina doação de 71 moradias para as vitimas de incêndio do Perpétuo Socorro

Na tarde desta terça-feira, 10, o governador Camilo Capiberibe assinou a Declaração de Doação de Imóvel para 71 famílias que tiveram suas casas queimadas durante o incêndio que ocorreu em outubro de 2013, na área localizada atrás da Feira da Avenida Ana Nery, no bairro Perpétuo Socorro. Detalhe: com este documento as famílias estão isentas do pagamento das unidades, passando a ter o título ...definitivo da moradia.

 A assinatura da Declaração de Doação de Imóvel foi uma resposta do governador à Caixa Econômica Federal (CEF), que, através de ofício, queria saber qual seria a situação das 71 famílias selecionadas para esta primeira etapa.

 "Buscamos na própria Constituição Federal um amparo jurídico para essas famílias, que agora terão um lugar melhor para criar seus filhos e recomeçar a vida", informou o governador explicando que esse direito será estendido as demais famílias vítimas do incêndio e que vão morar no Macapaba.

 Camilo Capiberibe lembrou que sua decisão foi com base num pedido feito pela secretária de Estado da Inclusão e Mobilização Social (Sims), Cláudia Camargo Capiberibe. "É o mínimo que podíamos fazer. Eles perderam tudo no incêndio e ganhar uma casa nova, sem precisar pagar nada, é um grande recomeço", resumiu a secretária.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Socióloga fala de exemplo de Frei Beto e critica silêncio de Padre Paulo diante dos roubos na saúde na era Waldez Góes

A militância política alienada de Padre Paulo e o ativismo emancipatório de Frei Betto

Por Ana Maria Marat/professora de sociologia

O imediatismo é uma praga social. É uma espécie de moléstia que acomete o pensamento lógico, provocando o atrofiamento da visão, desta forma, fazendo com que não se veja além do horizonte ou do que realmente está por trás - de fato e do fato - de algumas compreensões que são de difícil desmonte; sobretudo por encontrarem-se arraigadas no senso comum.

A título de exemplificação, vejamos atitudes divergentes quando ao imediatismo de dois religiosos bem conhecidos: um pelos serviços prestados ao Amapá; o outro ao Brasil - Padre Paulo e Frei Betto.

Padre Paulo é um religioso que vem realizando em Macapá um importante trabalho social, lançando-se numa campanha que reivindica melhorias para a qualidade de vida das pessoas acometidas pelo câncer; chamando a atenção da sociedade para a necessidade de se solidarizar com as vítimas da doença. Além disso, ele luta para que o Estado seja capaz de atender todos os cidadãos ofertando serviços essenciais para a saúde pública – mesmo tendo ciência de que a carência nessa área é um problema crônico do estado brasileiro.

Enquanto Padre Paulo se limita ao assistencialismo almejando o imediatismo, Frei Betto abusa da intelectualidade para conscientizar as pessoas através da literatura, seguindo preceitos religiosos, sobre a importância da emancipação de uma sociedade desigual, e com isso, trabalhando por uma sociedade justa. Diferentes meios para um mesmo fim, o de construir uma sociedade melhor. E por falar em construção, não há dúvidas de que “é mais fácil destruir do que construir”.

Sabemos que hoje é perfeitamente possível demolir em segundos uma casa que tenha levado dias, ou meses, para ter sido construída e, num breve passar de tempo, pode-se observar os destroços do que restou da casa em forma de entulho. Se desejarmos reconstruí-la, levaríamos o mesmo tempo que foi gasto para pô-la abaixo? Certamente que não. Da mesma forma que a casa, não é necessário muito tempo para destruir um Estado; em compensação quanto tempo seria necessário para reerguê-lo?

O exemplo e a pergunta acima cabem perfeitamente para o caso do estado do Amapá, basta atentar-se aos oito anos de saques aos cofres públicos (dos recursos da saúde, principalmente), de 2003 a 2010, em que o Estado passou por anos de destruição – o mesmo se pode aplicar à saúde pública municipal.

Restam uns pontos de interrogação, quanto tempo será necessário para que o Estado possa reconstruir e recuperar o potencial estatal? Não seria preciso no mínimo o mesmo tempo que se levou para destruí-lo?

Retornando à contradição dos religiosos, Frei Betto com sua teologia que liberta e sempre atuando em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares, sabe que somente através do comprometimento com uma educação perene e cotidiana – o que chega a transcender a compreensão imediatista - tornará sua preocupação realizável.

Já Padre Paulo com seu anseio de retorno imediato – de certa forma alienado- fica cada vez mais distante de seu objetivo, pois o imediatismo torna essa meta – por mais que repleta de boa intenção – irrealizável, inviabilizando sua concretização tanto a médio quanto a longo prazo.

Provavelmente, porque este careça de mais erudição para compreender a realidade e a engrenagem política que move os interesses escusos de certos agentes políticos; enquanto Frei Betto trabalha justamente para a emancipação incondicional, absoluta e completa do ser humano. Distante de parecer ofensivo à figura do trabalho social do Padre Paulo.

O que corrobora para a contestação da figura social do padre é ele se deixar usar como ferramenta pontiaguda por aqueles que, pela chapa da corrupção, sucatearam o Estado, principalmente em relação à saúde pública; o discurso do religioso soa a favor da volta (ao atraso) daqueles que destruíram vidas com consequências inegáveis e catastróficas, sentidas até os dias de hoje, inclusive pelos portadores de câncer.

O ideal seria a figura de um Padre comprometido com uma política coerente, mais do que isso, que esclarecesse os ensinamentos do político nazareno, sobretudo, seguindo os passos deste homem que sempre esteve a favor dos mais fracos e oprimidos, e não em apoiar aqueles que sempre lutaram em defesa dos próprios interesses, deixando o povo a Deus dará. Aí reside o maior pecado do padre amapaense.

Frei Betto foi um entusiasta que junto de Betinho e de Lula concebera o programa Fome Zero, mas percebendo o rumo que o governo tomava perante o poder econômico, Frei Betto sentindo sua convicção contrariada, não tardou em se afastar da figura do então presidente.

Aqui, uma reflexão imprescindível para o julgamento destas linhas. Enquanto frei Betto afastava-se de Lula, onde estava Padre Paulo nos anos de sucateamento da casa de saúde? Por que nessa época ele não manifestava seu descontentamento nos meios de comunicações da elite amapaense?

Como se explica a inércia do religioso diante do sofrimento das pessoas que naquele momento encontravam-se acometidas pelo câncer?

Que subterfúgio anestesiou o Padre nesses anos em que os recursos para a saúde, inclusive para o Hospital do câncer, estavam sendo extraviados para a conta de pessoas saudáveis fazerem fanfarras com as verbas públicas?

Hoje, diante de um Estado que se recupera de longos anos de padecimento, de um Amapá em reconstrução, é perfeitamente compreensível, por mais difícil que seja, que as entidades de caráter civil tenham que trabalhar sem contar com recursos que devem ser destinados exclusivamente à saúde pública.

Caso contrário, o envio desses recursos não seria um recibo do descalabro do Estado?

Às vésperas de um novo pleito, é hora de levantar a voz e tomar partido, acendendo as velas para Deus ou para o Diabo.

Caso vença o candidato do senador maranhense nas eleições de outubro, o Padre Paulo com seu apoio notório terá contribuído para isso.

Diante deste possível desastre, segue o questionamento. O Estado passará mais oito anos enfermo?

Sendo o novo governador um boneco de ventríloquo do senador maranhense, ainda que o Padre tenha o mesmo vigor para denunciar os problemas da saúde, ele terá vez e voz nos meios de comunicações controlados pelo ilustríssimo senador?

Neste momento de decisão e renovação, só nos resta uma evocação, que Deus ilumine a cada um de nós!